Em junho de 1908 os japoneses desembarcaram do navio Kasato Maru, no
porto de Santos. Ali, iniciava a história dos japoneses no Brasil. Anos mais
tarde, começam a aparecer os primeiros mestres de artes marciais no país.
No
século XX, chegam ao Brasil as lutas orientais como Karatê, Judô, Jiu-jítsu e
Taekwondo. O boxe, apesar de ser uma luta, não é considerado como arte
marcial. De acordo com o site da
Confederação Brasileira de Jiu-jitsu (2013), Esai Maeda Koma, conhecido como Conde
Koma, foi o primeiro a trazer as artes marciais para o Brasil, através do Jiu-jitsu,
que se fixou na cidade do Belém/PA. Tempos depois, conheceu Gastão Gracie, pai
de Carlos Gracie, que passou a treinar com Conde Koma. Anos mais tarde, Carlos
Gracie viajou para o Rio de Janeiro e outras cidades do sudeste do país para
divulgar sua arte, mas escolheu a cidade do Rio de Janeiro para se firmar. A
partir daí, passou a ensinar seus irmãos menores, inclusive Hélio Gracie de 12
anos. Carlos Gracie aprimorou as técnicas e transmitiu sua filosofia de vida
para seus irmãos e seus alunos, com isso, mudaram as regras internacionais do Jiu-jítsu
japonês e, em consequência, ocorreu o primeiro caso de transferência de
nacionalidade de luta, onde a arte marcial japonesa passou a se chamar Jiu-jítsu
brasileiro e foi exportado para todo o mundo, inclusive para o Japão.
O
Judô que teve sua raiz no Jiu-jitsu, segundo o site da Federação Baiana de Judô
(2013), surge no Brasil por volta de 1922, com Eisei Maeda, que fez sua primeira
apresentação na cidade de Porto Alegre/RS, depois se transferiu para cidade de
Belém/PA, onde popularizou esta arte. Em 1938, chega ao país um grupo japonês
liderado pelo professor Riuzo Ogawa para fundar a Academia Ogawa, com objetivo
de difundir a arte através do esporte do kimono. Em 1969, era fundada a
Confederação Brasileira de Judô, a qual só foi reconhecida por um decreto de
1972. O termo Judô significa Caminho Suave, onde Ju – Suave e Do – Caminho.
Conforme
o site da Federação Bahiana de Karatê (2013), a partir da década de 50, com o
professor Mitsuke Harada, é fundada a primeira academia de karatê na cidade de
São Paulo. Outros professores como Juichi Sagara, em São Paulo; Yasutaka
Tanaka, Sadamu Uriu no Rio de Janeiro e Eisuke Oishi na Bahia, também fundaram
suas academias. O termo Karatê-Do significa caminho das mãos vazias, onde Kara
– vazias, Te – mãos e Do – caminho.
Em
1970, chega ao Brasil, o Taekwondo, com o mestre Sang Min Cho. Em 08 de agosto
de 1970 é fundada a primeira academia de Taekwondo no bairro da liberdade, em
São Paulo. Segundo o site taekwondobr (2013), após a chegada do primeiro Grão-mestre
Sang Min Cho, outros mestres vieram difundir e ensinar em várias partes do
país, inclusive na Bahia, com o mestre Jung Do Lim. Em 1973, ocorre à primeira
competição de Taekwondo no país, o Campeonato Carioca, meses depois acontece o
Campeonato Brasileiro de Taekwondo em São Paulo. Em 1990, com a reforma
estatutária, a Associação Brasileira de Taekwondo (ABT) transforma-se em
Confederação Brasileira de Taekwondo (CBTKD).
De
acordo com o site da Federação Rio-Grandense de Pugilismo, o Boxe (2013) foi
visto no Brasil a partir de 1910, através de filmes de lutas (naquela época as
notícias eram passadas no cinema, e dependendo do lugar, só chegava anos
depois.) que ocorriam nos Estados Unidos. Em 1913, ocorreu uma apresentação de
luta entre um francês e o brasileiro Luis Sucupira, o “Apolo Brasileiro”, a
qual o brasileiro terminou perdendo e, após isso, se tornou admirado pelos fãs
do pugilismo. A divulgação do boxe começou realmente em 1919, com Góes Neto,
marinheiro carioca que aprendeu o boxe durante suas viagens pela Europa e, com
o apoio do sobrinho do Presidente da República, Rodrigues Alves, começa a
surgir várias academias. Em 1923, surgia o primeiro lutador conhecido pelo público,
- o “Ditão” - Benedito dos Santos, que após ter nocauteado três adversários, os
empresários brasileiros viram uma oportunidade de um bom negócio com o lutador
argentino Spalla, que estava de passagem pelo país. A luta entre eles terminou
com a derrota de Ditão e com um derrame cerebral, tornando-se inválido. Após
isso, o governo de São Paulo proibiu as lutas por causa da campanha dos
jornalistas da época. A época de ouro do boxe brasileiro foi entre 1926 a 1932,
a partir da década de 50, inicia-se uma nova era do boxe brasileiro, a qual o
mega-empresário Jacó Nahun consegue fazer um intercâmbio entre os boxeadores do
Brasil com os boxeadores da Argentina. Na década de 60, surge o maior boxeador
da história do Brasil, Eder Jofre, depois veio Adilson Rodrigues “Maguila”, na
década de 80 e no final da década de 90, Acelino de Freitas, “Popó”.
Escrito por Van Pires
Professora de Karate e Empresária