quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

Um pouco da história do Jiujitsu

 

Significado do Jiu-Jitsu

O Jiu Jitsu (柔術, pronuncia-se em japonês “dju-djutsu”, literalmente “Arte Suave”, “Técnica Suave” ou “Arte Flexível”), também romanizado algumas vezes como Ju-jitsu ou Ju-jutsu (principalmente quando se faz referência a estilos tradicionais). Tony Ferraz

Conheça algumas nomenclaturas utilizadas no Japão para essas artes eram: Taijutsu, Yawara, Judô (estilo marcial da era Edo, muito diferente do Judô atual), Kogusoku, Torite, Kenpo, Hakuda, Shubaku, embora sejam todas popularmente e tradicionalmente conhecidas genericamente como Jiu-Jitsu. Normalmente Kogusoku e Torite se referiam a métodos de captura, e Taijutsu e Judô geralmente se referiam a prática de luta corporal com armas e arremessos.

Origem

O Jiu Jitsu é uma arte marcial que tem diversas histórias para sua origem. Muitos acreditam que essa arte marcial teve origem no Japão, outros falam que surgiu na Índia, onde era praticado por monges budistas, que levou a arte para China e depois Japão, quando expandia o próprio budismo, e muitos outros que nasceu na China, além dessas histórias temos também muitas outras que falam do surgimento do Jiu Jitsu, como a do médico Akiyama Shirobei que foi de Nagasaki no Japão para China, aprendendo Hakuda (técnica de luta tradicional chinesa) e quando retornou, criou o Jiu Jitsu, mas essa versão da origem do Jiu Jitsu não é confiável afirmar, pois só a escola Yoshin reconhece essa história. Falam que Chen Yuan Ping, no século XVII, levou as técnicas de Jiu Jitsu da China para o Japão, e que ele ensinou três Ronin (samurais sem senhor), Fukuno Hichiroemon, Miura Yojiemon e Isogai Jirozamon, que inspirados pelos conceitos básicos, desenvolveram um estilo próprio de Jiu Jitsu, sendo que textos tradicionais japoneses mostram que Chen Yuan Ping, levou apenas o Kempô ou Hakuda para o Japão em 1659, até porque os livros chineses da época, mostram que essas técnicas eram basicamente de chutes e empurrões, o que torna difícil que essas técnicas tenham progredido para uma arte tão refinada tecnicamente quanto o Jiu-Jitsu japonês, também tem a teoria que a arte suave originou-se na Era dos Deuses, e é uma invenção puramente japonesa, assim como o Sumô, que é a arte mais antiga do país, tendo em vista a cultura de guerra dos japoneses e fato dos povos selvagens utilizarem em sua maioria técnicas de grappling, o mais provável, que as técnicas tenham evoluído a partir de um embrião de luta-agarrada, como o Sumô, que foi modificada durante séculos através dos conceitos chineses do Ju (suavidade).

“A primeira menção escrita sobre o Jiu-Jitsu está presente no livro “Judô Higakusho” (Registros secretos do Judô), da era Edo (1600-1868) que afirma: “Grappling foi popular desde o período Esei (1504-20 A.D.)””.

Hisamori Tenenuchi, foi o fundador da primeira Escola de Jiu-Jitsu no Japão, em 1532, quando houve o primeiro registro da palavra jiu-jitsu. Só quando Jigoro Kano, mestre japonês, membro do departamento cultural, que praticava jiu-jitsu, que a arte começou a ser bem vista. Jigoro Kano revolucionou a técnica, criando seu próprio estilo no final de 1800 e chamou de judô, com os mesmos fundamentos do jiu-jitsu.

Segundo Jigoro Kano, o que se pode dizer com certeza é que o Jiu Jitsu evoluiu através de diversas gerações e graças a genialidade de várias pessoas. Acreditasse que sua popularidade não aconteceu antes do meado do século XVII, ou seja, da época de Chen Yuan Ping.

O Jiu Jitsu só começou realmente a se desenvolver no Japão, quando a guerra cessou e os Samurais passaram ocupar posições políticas e com isso tinham mais tempo para se dedicar as artes e inclusive ao Jiu Jitsu, os cidadãos comuns que foram proibidos de utilizar armas, também praticavam a arte suave. A rivalidade entre as escolas de Jiu Jitsu motivou mais ainda a evolução dessa arte.

Mesmo com tantas divergências foi nessa época o Jiu Jitsu se diferenciava das técnicas rígidas nas quais usava-se armas, como espadas e punhais. Os japoneses diziam que o Jiu Jitsu é técnica de autodefesa ligada ao pensamento budista e na inteligência, não sendo necessário o uso de força bruta.

O Jiu-Jitsu, assim, nascia de sua contraposição ao kenjutsu e outras artes ditas rígidas, em que os combatentes portavam espadas ou outras armas.

A arte suave teve novos rumos quando o instrutor da escola japonesa Kodokan decidiu viajar pelo mundo provando a eficiência de seus estrangulamentos e chaves de braços contra os oponentes de todos os tamanhos e estilos. O eterno defensor das técnicas de defesa pessoal do Jiu Jitsu, “Mitsuyo Maeda, filho de lutador de sumô nascido no povoado de Funazawa, cidade de Hirosaki, Aomori, no Japão, em 18 de novembro de 1878, e falecido em Belém do Pará a 28 de novembro de 1941.” Foi para os Estados Unidos com outros professores da escola Jigoro Kano em 1904, devido aos laços políticos e econômicos entre os dois países, as técnicas japonesas tinha diversos admiradores, inclusive o presidente Theodore Roosevelt teve aulas como o japonês Yoshitsugu Yamashita.

O ágil japonês de 1,64m e 68Kg colecionou milhares de combates com adversários que encontrou pelo caminho, em diversos países como Inglaterra, Bélgica e Espanha, onde sua postura nobre fez nascer o apelido que o consagrou, Conde Koma, o lutador não parou por aí, fez diversas apresentações e desafios em países como El Salvador, Costa Rica, Honduras, Panamá, Colômbia, Equador, Peru, Chile e Argentina, só em julho de 1914 Conde Koma desembarcou no Brasil para fazer história.

Jiu Jitsu no Brasil

O japonês Mitsuyo Maeda (conhecido como Conde Koma) viajou pelo Brasil, mas se estabeleceu em Belém do Pará, depois de colecionar várias histórias durante sua viaje. Uma vez Conde Koma encarou o desafio do capoeirista conhecido como “Pé de Bola” que tinha 1,90m e quase 100kg, Maeda ainda deixou o seu rival portar uma faca, mas isso não foi suficiente para deter o japonês, que desarmou, derrubou e finalizou o brasileiro, Conde Koma sempre lançava desafios para rivais famosos do boxe, e fez o mesmo com Jack Johnson que não aceitou o desafio.

Conde Koma promoveu o primeiro Campeonato de Jiu Jitsu no país, o que na verdade era um festival com diversas lutas e desafios para promover o Jiu Jitsu que até o momento não era conhecido por todos.

Os pesquisadores Luiz Otávio Laydner e Fabio Quio Takao encontram na Gazeta de Notícias de 11 de março de 1915, as primeiras regras deste evento, realizado no Teatro Carlos Gomes, na capital do Brasil, na época Rio de Janeiro. Conde Koma anunciava o Regulamento com 10 regras simples:

1. Todo lutador deverá se apresentar decentemente, com as unhas das mãos e dos pés perfeitamente cortadas;

2. Deverá usar traje kimono, que o Conde Koma lhe facilitará;

3. Não é permitido morder, arranhar, pegar com a cabeça ou com o punho;

4. Quando se fizer uso do pé nunca se fará com a ponta e sim com a curva;

5. Não se considera vencido o que tenha as espáduas [costas] em terra ainda que tenha caído primeiro;

6. O que se considera vencido o demonstrará dando três palmadas sobre o acolchoado ou sobre o corpo do adversário;

7. O juiz considerará vencido o que por efeito da luta não se recorde que deve dar três palmadas;

8. As lutas se dividirão em rounds ou encontros de cinco minutos por dois de descanso. Tendo o juiz de campo que contar os minutos em voz alta para maior compreensão do público;

9. Se os lutadores caírem fora do tapete, sem que nenhum deles tenha avisado, o Sr. Juiz deve obrigá-los a colocar-se de novo no centro do acolchoado, em pé, frente a frente;

10. Substituirão em suas obrigações ao sr. Juiz os srs. Jurados. Nem a empresa nem o lutador que vencer é responsável pelo maior mal que possa sobrevir ao vencido, se por tenacidade não quiser dar o sinal convencionado para terminar a luta e declarar-se vencido.

Na época de Maeda havia uma confusão quanto ao nome, até mesmo no Japão, pois o termo “ju jutsu” ou “kano ju-jutsu” era utilizado quando se referia a parte técnica, e o termo judô quando era a parte filosófica, mas 1925 o governo japonês oficializou o nome judô para a luta que era ensinada nas escolas públicas, mas no Brasil o termo judô ainda não tinha sido oficializado, os brasileiros chamavam de jiu jitsu. O Jiu Jitsu Brasileiro, ou como conhecido lá fora, o Brazilian Jiu Jitsu ou BJJ (também pode ser Jujitsu ou jujutsu).

Em 1917, Carlos Gracie (1902 – 1994), viu na cidade de Belém, uma apresentação do japonês Conde Koma, que utiliza técnicas de dominar e finalizar grandes lutadores da região. Conde Koma amigo de Gastão Gracie concordou em ensinar o seu filho o inquieto Carlos Gracie e outros brasileiros como Luiz França que depois viria a ser mestre de Oswaldo Fadda. Conde Koma ensinava a esses garotos os conceitos de sua arte para defesa, tanto em pé como no chão, sendo que a força do oponente deveria ser a arma para a vitória; o uso de chutes baixos e cotoveladas ajudava a se aproximar do adversário, para daí leva-lo ao chão. Para evolução nos treinos, lançava mão do randori, o treino à vera com um companheiro.

Apesar da mãe de Carlos Gracie sonhar em ter mais um diplomata da família, Carlos se dedicou ao Jiu-Jitsu onde foi um aluno fiel e seu amor pela arte foi incutida em seus irmãos Oswaldo, Gastão Jr., George, Helena, Helio, Mary e Ilka. Em 1925 foi fundada a primeira Academia de Jiu-Jitsu da família Gracie, que criou um slogan que foi divulgado nos jornais “Se você quer ter um braço quebrado procure a academia Gracie”.

Carlos Gracie teria 21 filhos, sendo que 13 deles se tornariam faixas-pretas, Carlos foi o primeiro membro da família a participar de uma luta sem regras, a que chamou de “vale tudo”. Carlos Gracie enfrentou em 1924, no Rio de Janeiro, o estivador Samuel, atleta de capoeira.

As inovações nas técnicas do jiu-jitsu foram promovidas pelo seu irmão Hélio Gracie instrutor de corpo franzino que tinha um espirito indomável.

No Rio de Janeiro os Gracie continuaram com os desafios a capoeiristas, estivadores e valentões de todas as origens e tamanhos. Em pé os desafiantes botavam medo, mas no chão viravam presa fácil para os botes e estrangulamentos que os capturavam como mágica.

A família Gracie acumulou diversas vitórias em lutas sem regras e virando lendas e manchetes nas primeiras páginas. Os alunos famosos também – artistas, arquitetos, ministros de estado, prefeitos, governadores, cirurgiões e doutores de todos os ofícios.

Os campeonatos entre praticantes com regras exclusivas do jiu-jitsu foram se fortalecendo e tendo a participação de dezenas de academias diferentes.

Carlson Gracie pegou o bastão do seu tio Hélio nos anos de 1960, ficando na linha de frente do clã no vale-tudo, nesse momento foi dado um passo a consolidação do Jiu-Jitsu Esportivo.

A Federação de Jiu-Jitsu da Guanabara, no Rio de Janeiro, foi fundada em 1967, sob autorização da Confederação Nacional de Desportos do país. Foram criadas regras mesmo que ainda primitivas, oficializando tempo e pontuações nos campeonatos como: manobras como queda, montada de frente com dois joelhos no chão e pegada pelas costas rendiam um ponto ao competidor. A duração dos combates na categoria adulta era de cinco minutos, com prorrogação de três.

O presidente da Federação era Helio Gracie, e o presidente do Conselho Consultivo era Carlos. Seu primogênito, Carlson, era o diretor do departamento técnico. O primeiro vice técnico era Oswaldo Fadda e o segundo, Orlando Barradas – ambos professores de Jiu-Jitsu. João Alberto Barreto, notável aluno dos Gracie, foi nomeado diretor do departamento de ensino, que tinha como vice-diretor um irmão de Carlson, Robson Gracie – todos hoje grandes mestres da arte.

Nos anos 1990, a arte teve um novo boom. Em duas frentes: criado por Rorion Gracie em 1993, o Ultimate Fighting Championship deu o pontapé inicial (no queixo) no esporte midiático conhecido hoje como MMA. A partir do ídolo Royce Gracie, e com o suor derramado por irmãos e primos aparentemente invencíveis como Rickson, Renzo, Ralph, Royler, Ryan, Carley e companhia, o Jiu-Jitsu como arma de defesa pessoal estava consagrado.

Em outra frente, Carlos Gracie Jr. seguiu a obra do pai na organização dos campeonatos e no fortalecimento da arte como esporte regulado. Estava criada, assim, em 1994, a Federação Internacional de Jiu-Jitsu, assim como a Confederação Brasileira de Jiu-Jitsu, filiada ao Comitê Olímpico Brasileiro, que hoje promovem torneios para mais de 3 mil atletas de mais de 50 países, como o Campeonato Mundial, realizado anualmente desde 1996.

A técnica Jiu-Jitsu

Para derrubar o adversário utiliza-se a força e o peso do adversário contra ele, sendo permitido, inclusive, lançar o adversário em queda. São utilizadas saídas de gravata, contra-golpes, esquivas e etc. Mas as técnicas principais do jiu-jitsu, são os golpes que buscam imobilizar e neutralizar o adversário, através de estrangulamentos e torções das articulações, como braço, tornozelo, etc. É permitido o uso dessas técnicas de luta de chão, com ambos deitados.

São proibidas atitudes como: atingir os órgãos genitais, morder, enfiar os dedos nos olhos, puxar cabelo, torcer dedos, etc.

A área onde ocorre a luta, o tatame, deve ter no mínimo 64,00 m2 e no máximo 100 m2. Se a área total é de 64 m2, a área interna, onde a luta irá acontecer, deve ser de 36,00 m2. O restante é considerado área de Segurança, e deve ter cor diferente.

 

Fontes:

https://www.graciemag.com/historia-do-jiu-jitsu/

https://bjjfanatics.com.br/blogs/news/qual-e-de-fato-a-origem-do-jiu-jitsu#:~:text=Algumas%20nomenclaturas%20utilizadas%20no%20Jap%C3%A3o,conhecidas%20genericamente%20como%20Jiu%2DJitsu.

domingo, 22 de novembro de 2020

História do Judô

 

Criado no Japão, em 1882, por Jigoro Kano, tendo sido baseado no “jujutsu” – uma arte marcial praticada pelos cavaleiros do Kamakura entre os séculos XII e XIV – e em outras artes marciais do Oriente, que o Mestre Jigoro Kano fundiu num só desporto.

Durante anos, o jovem Jigoro Kano se dedicou a fazer um estudo completo sobre as antigas formas de autodefesa e, procurando encontrar explicações científicas aos golpes, baseadas em leis de dinâmica, ação e reação, selecionou e classificou as melhores técnicas dos vários sistemas de Ju-jutsu em um novo estilo chamado de Judô, ou "caminho suave" - Ju (suave) e Do (caminho ou via).

Em fevereiro de 1882, o mestre Kano fundou o Instituto Kodokan no bairro de Shimoya, em Tóquio. O termo Kodokan se decompõe em ko (palestra, estudo, método), do (caminho ou via) e kan (Instituto). Assim, significa "um lugar para estudar o caminho", o que explica muito bem a intenção do fundador da arte. Além de tornar o ensino da arte marcial como um esporte, Jigoro Kano desenvolveu uma linha filosófica baseada no conceito ippon-shobu (luta pelo ponto perfeito) e um código moral. Assim, ele pretendeu que a prática do Judô fortalecesse o físico, a mente e o espírito de forma integrada.

Com seu trabalho, Jigoro Kano conseguiu criar uma modalidade que não se restringe a homens com vigor físico, se estendendo a mulheres, crianças e idosos, de qualquer altura e peso.

Esporte olímpico

Prosseguindo com a organização da Kodokan e buscando aprovar os regulamentos do Judô, Mestre Kano tornou-se o primeiro membro asiático do Comitê Olímpico Internacional em 1909 e trabalhou para a propagação do esporte no mundo todo. Em 1932, o Mestre Jigoro Kano levou 200 alunos aos Jogos Olímpicos de Los Angeles onde fizeram uma demonstração que aguçou a curiosidade de todos os presentes. Em 1964, o judô integrou os Jogos Olímpicos de Tóquio apenas como demonstração e passou a valer medalha a partir de Munique, em 1972 como desporto masculino. Somente 20 anos mais tarde, em Barcelona, as mulheres foram aceitas e começaram a competir. Hoje, a modalidade também integra os Jogos Paralímpicos e os Jogos Olímpicos Especiais.

O judô é o esporte individual que mais deu medalhas olímpicas para o Brasil. São 22, sendo 4 ouros, três pratas e 15 bronzes. 

Jigoro Kano

Ao longo de sua vida, Jigoro Kano alcançou o doutorado em Judô, uma graduação equivalente ao 12º Dan, honraria concedida apenas ao criador do esporte. Ele trabalhou constantemente para garantir o desenvolvimento do atletismo e do esporte japonês de uma maneira em geral e, como resultado de seus esforços, muitas vezes é chamado de "Pai dos Esportes Japoneses”. Em 1935, ele foi premiado com o prêmio Asahi por sua excepcional contribuição para a organização do esporte no Japão durante sua vida. O Mestre Jigoro Kano faleceu em 1938, com 78 anos de idade.


A Introdução do Judô no Brasil*

A imigração japonesa foi o fator mais importante para o surgimento do judô no Brasil. A influência exercida por lutadores profissionais representantes de diversas escolas de ju-jutsu japonês também contribuiu para o desenvolvimento do judô. O início do Judô no Brasil ocorreu sem instituições organizadoras. Apenas na década de 1920 e início dos anos 1930 chegaram ao Brasil os imigrantes que conseguiram organizar as práticas do judô e kendô no país. Em São Paulo, destaque para Tatsuo Okoshi (1924), Katsutoshi Naito (1929), Tokuzo Terazaki (1929 em Belém e 1933 em São Paulo), Yassuishi Ono (1928), Sobei Tani (1931) e Ryuzo Ogawa (1934). Takaji Saigo e Geo Omori, ambos com vínculo na Kodokan, chegaram a abrir academias em São Paulo na década de 1920, porém, essa atividade não teve continuidade. Na década de 1930 Omori foi instrutor na Associação Cristã de Moços no Rio de Janeiro e, posteriormente, se radicou em Minas Gerais. No norte do Paraná, nas cidades de Assaí, Uraí e Londrina, o judô deu seus primeiros passos com Sadai Ishihara (1932) e Shunzo Shimada (1935). Os primeiros professores a chegarem ao Rio de Janeiro, foram Masami Ogino (1934), Takeo Yano (1931), Yoshimasa Nagashima (1935-6 em São Paulo e 1950 no Rio de Janeiro) e Geo Omori, vindo de São Paulo (1930 aproximadamente).

A chegada dos primeiros professores-lutadores também deixou o seu legado. Dentre os pioneiros se destacaram, Mitsuyo Maeda e Soishiro (Shinjiro) Satake, alunos de Jigoro Kano. Eisei Mitsuyo Maeda, também chamado Conde Koma, chegou ao Brasil em 14 de novembro de 1914, entrando no país por Porto Alegre. Junto com ele chegaram Satake, Laku, Okura e Shimisu. Em 18 de dezembro de 1915 a trupe de lutadores chegou a Manaus, mas antes disso rodou o Brasil em demonstrações e desafios. Conde Koma se radicou em Belém do Pará, em 1921, enquanto Satake ficou em Manaus, onde ministrava aulas no Bairro da Cachoeirinha ainda na década de 20. Maeda fundou sua primeira academia de judô no Brasil no Clube do Remo, bairro da cidade velha. A contribuição dos imigrantes japoneses que divulgaram o judô parece ter sido mais importante do que a contribuição de Conde Koma, e seus companheiros lutadores. Da chegada do Kasato Maru ao Brasil (1908) até a Segunda Guerra Mundial, os nomes e as práticas se confundiam. Encontra-se na literatura judô, jiu-do, jujutsu, jiu-jitsu e ainda jiu-jitsu Kano, muitas vezes para designar a mesma prática. A institucionalização do esporte, inicialmente organizada pela colônia japonesa, depois sob o controle da Confederação Brasileira de Pugilismo e finalmente a criação da Confederação Brasileira de Judô foram os passos para a diferenciação das práticas de luta e a organização do judô no país.

A Criação da Confederação Brasileira de Judô

A primeira instituição a ‘coordenar’ o desenvolvimento do judô kodokan no Brasil foi a Ju-kendo-Renmei a partir de 1933 em São Paulo e 1937 no Paraná. A partir do ingresso do judô como modalidade olímpica nos Jogos de Tokyo em 1964, passaram-se a se organizar as instituições federativas do judô brasileiro. A Confederação Brasileira de Judô foi fundada em 18 de março de 1969, sendo reconhecida em 1972, quando o Brasil conquistou a primeira medalha olímpica. A partir de 1984 o país estabeleceu uma tradição vitoriosa em Jogos Olímpicos, conquistando medalhas em todas as edições. Com federações nos 27 estados e mais de um milhão de praticantes, o judô assumiu, em 2012, a posição de esporte brasileiro com maior número de medalhas em edições dos jogos olímpicos. Além da tradição vitoriosa a CBJ possui uma estrutura moderna e organizada, proporcionando a seus atletas, treinadores e demais membros das comissões técnicas uma excelente estrutura de treinamentos e competições. Desta forma captou grande número de apoiadores e patrocinadores, já que sua marca é confiável e vitoriosa. O Campeonato Mundial de Judô foi realizado no Brasil em 1965, 2007 e 2013.

Os Presidentes que já passaram pela CBJ

1969-1979 -Augusto de Oliveira Cordeiro

1980-1981 -Miguel Martins Fernandez

1982-1984 -Sérgio Adib Bahi

1985-1990 -Joaquim Mamede de Carvalho e Silva

1991-2000 -Joaquim Mamede de Carvalho e Silva Júnior

2001- 2017 - Paulo Wanderley Teixeira

2017 - Atualmente - Silvio Acácio Borges

(Atualmente os mandatos da CBJ são de 04 anos, porém já ocorreram mandatos de 2 e 3 anos no período de 1969 a 1990.)

Código Moral

Visando fortalecer o caráter filosófico da prática do judô e fazer com que os praticantes do judô crescessem como pessoas, o mestre Jigoro Kano idealizou um código moral baseado em oito princípios básicos:

- Cortesia, para ser educado no trato com os outros;

- Coragem, para enfrentar as dificuldades com bravura;

- Honestidade, para ser verdadeiro em seus pensamentos e ações;

- Honra, para fazer o que é certo e se manter de acordo com seus princípios;

- Modéstia, para não agir e pensar de maneira egoísta;

- Respeito, para conviver harmoniosamente com os outros;

- Autocontrole, para estar no comando das suas emoções;

- Amizade, para ser um bom companheiro e amigo.

Judô feminino

A história do judô feminino começou quando parentes, esposas e irmãs dos alunos que já praticavam se interessaram pela arte desenvolvida por Jigoro Kano, em 1882. No início, o esporte era praticado pelas mulheres de forma simplificada, devido à rígida sociedade oriental, com treinos rudimentares e somente entre elas. Entretanto, essa iniciação foi importante para popularizar a modalidade e os conhecimentos que viriam a ser difundidos com mais abrangência entre as mulheres pelos próximos anos.


Assim, no ano de 1923, o tradicional instituto Kodokan, que é o centro de treinamento de artes marciais no Japão, fundou um departamento segmentado exclusivamente para o judô feminino. Com o passar dos anos, o judô migrou para vários cantos do mundo, passando a ser estudado por mulheres mundialmente, no ano de 1934. Essa arte marcial está nas olimpíadas desde 1964, mas só começou a ser disputada por mulheres em 1992. No ano de 2000, foi oficializada como disputa fixa entre elas.

Ketleyn Quadros foi a primeira mulher brasileira a chegar ao pódio olímpico em um esporte individual conquistando a medalha de bronze na categoria leve. O primeiro ouro veio nos Jogos de Londres em 2012, com piauiense Sarah Menezes no superligeiro. Neste mesmo evento a atleta Mayra Aguiar conquistou o bronze no meio pesado (78kg) em 2016, ela conquistou o seu segundo bronze. O segundo ouro feminino foi conquistado nas olimpíadas do Rio em 2016, com a atleta Rafaela Silva no peso leve feminino (57kg), o que fez dela a única judoca brasileira campeã olímpica e mundial.

 

Fonte: CBJ lutas artes marciais Agência Uva

segunda-feira, 9 de novembro de 2020

História do Kung Fu

 

Arte marcial chinesa que pode ser traduzida como “habilidade adquirida pelo esforço”. O Kung Fu é um termo que geralmente é usado para se referir a todas as artes marciais de origem chinesa. Ele começou a ser usado na década de 1970 em nível mundial, junto com a popularização do Kung Fu no ocidente pelos cinemas e televisão.

Seu significado

Kung Fu significa “trabalho árduo”.  Ele pode se referir tanto à habilidade marcial quanto qualquer habilidade em uma arte.

Assim temos a ideia de um mérito ou resultado alcançado por meio de esforço pessoal. Se pararmos para pensar, essa é a definição de qualquer habilidade. Por isso, um praticante “faixa preta” tem um bom Kung Fu da mesma maneira que um cantou ou pintor tem um bom Kung Fu nas suas áreas de atuação.

A História

Ninguém sabe ao certo quando surgiu o Kung Fu, pois existem poucas histórias fundamentadas acerca da sua origem. No entanto, surgem relatos que esta arte marcial surgiu há mais de 4.000 anos e tinha como objetivo principal a luta pela sobrevivência.

Mas foi no período da Dinastia Zhou do Oeste (1100-771 a.C) que está arte passou a ficar mais evidente. Surge uma maior necessidade de treinar as tropas, por isso houve um maior desenvolvimento nos métodos de preparação. Surgem as danças militares (wu wu) que eram rotinas de treinamento.

Desde então que esta arte marcial não mais parou de crescer, passando pelo Período da Primavera e Outono (770-476 a.C.), Período dos reinos combatentes (476-221 a.C) onde surge A Arte da Guerra (Bing Fa – 512 a.C.), de Sun Tzu, a Dinastia Qin (221-207 a.C.) onde surge as práticas energéticas do Qi Gong e o Taoismo, a Dinastia Han do Oeste (206 a.C.- 24 d.C.), a dinastia Han do Oeste (206 a.C.- 24 d.C.), na Dinastia Yuan (1271-1368 d.C.) acontece a proibição de lutar, No final da Dinastia Ming (1348-1644), as teorias marciais começam a ser associadas ao esoterismo e religião. Os períodos da história da China estão ligados a própria história do Kung Fu.

Os Estilos

Existem mais de 300 estilos reconhecidos oficialmente pela comunidade de mestres e praticantes de Kung Fu. O Kung Fu é representado por diversos estilos, dentre eles os estilos Louva-a-deus, Garra de Águia, Shaolin do Norte, Hung Gar, Taiji Quan (Tai Chi Chuan), Xing Yi Quan, Bagua Zhang e muitos mais.

Cada estilo conta a história de uma pequena comunidade e é o registro de aspectos da arte e cultura de um povo.

Estilos do Norte e do Sul

Essa é uma classificação muito comum para se diferenciar os vários estilos de Kung Fu. O Rio Yangtsé é a referência para essa divisão. Assim, os estilos são identificados pela posição geográfica em relação ao rio.

Além disso, temos o ditado: “Pernas do Norte e Punhos do Sul” (nan quan bei tui).

Norte:

Uso de pernas;

Nortenhos tem uma média de estatura maior;

Região fria, muita roupa, o que atrapalha o movimento dos braços;

Região rochosa, solo firme ajuda nos chutes.

Sul:

Uso de braços;

Sulistas tem uma média de estatura menor;

Região quente, pouca roupa favorece o uso dos braços;

Região lamacenta e irregular, solo instável prejudica o uso de chutes.

Essa divisão faz sentido, mas as exceções a essa regra são muito numerosas. Isso faz com que seu uso não seja adequado. Com certeza há estilos que se concentram mais nas pernas ou braços, porém a posição relativa ao Yangtsé dificilmente era a razão de ser disso.

Outro ponto importante é que a maioria dos estilos de Kung Fu foi criada mais ao norte. O Sul da China era muito mais próspero e estável, ou seja, sua população sofria menos com os conflitos. Foi o contexto perturbador dos povos do Norte que os fizeram desenvolver mais estilos de Kung Fu.

Benefícios do Kung Fu

O Kung Fu é uma atividade física. Por isso, ele proporciona todos os benefícios de se manter o corpo em movimento. Ao mesmo tempo, o Kung Fu é também uma arte que se baseia no comportamento adequado ante qualquer situação, principalmente sob pressão. Ele pode nos ajudar a controlar nossas emoções para agir da melhor maneira.

Benefícios no corpo e na mente

Desenvolve o condicionamento físico;

Aumenta a flexibilidade;

Aumenta a força muscular;

Melhora o fôlego;

Desenvolve coordenação motora;

Previne doenças;

Evita o desenvolvimento de doenças crônicas;

Melhora o equilíbrio físico;

Estimula a liberação de neurotransmissores essenciais para o bem-estar.

Benefícios no comportamento

Aumenta a autoestima;

Desenvolve virtudes;

Desenvolve o equilíbrio e controle emocional;

Desenvolve a capacidade de tomar decisões sob pressão;

Cria um senso de companheirismo;

Cria um senso de disciplina;

Constrói caráter.

 

Fonte: site Bravo Kung Fu

sexta-feira, 18 de setembro de 2020

Conheça a História do Hapkido

 

Para entender a evolução do HAPKIDO, devemos conhecer um pouco da Coreia.

“Por volta do ano 668, a Coréia deixou de ser uma colônia da China e unificou seus três reinos (Kokuryo, Paekche e Silla) sob o comando da rainha Chin Heung. Era um tempo de barbárie: só os mais fortes e mais preparados sobreviviam, por causa das guerras sangrentas entre o Império Kokuryo e povos vizinhos, como mongóis e os chinos. Para garantir a sobrevivência e a segurança da Rainha, foi selecionado um pequeno exército de combatentes. Eram homens fortes e que conheciam técnicas milenares de defesa com mãos vazias e armas (como lanças, espadas, montaria), além de dominar outras técnicas (como a contenção de respiração por vários minutos e grande poder de concentração e controle do corpo). Eles eram chamados Hwarang’s e defenderam o reino por anos.” O tempo trouxe mudanças no sistema político-cultural com a nova Dinastia Yi e, com o Renascimento europeu (dando importância às artes e à escrita), essas técnicas marciais começaram a ser banidas da península coreana pelo próprio reino local. Tinham perdido importância diante do uso da pólvora, vinda da China. Com isso, os Hwarang’s, ou Samurang’s e seus grandes mestres acabaram sendo banidos para as montanhas, onde aprendiam a dominar o corpo e refinavam a mente, estudando literatura, ética e filosofia. Essa técnica se desenvolveu por muitos anos, transformando-se no que conhecemos como Hwarang-do. O Hwarang-do é a base do desenvolvimento de todas as artes marciais coreanas e, principalmente, do Hapkido atual. 

Durante este período, a economia coreana, arquitetura a literatura e as artes floresceram. Influências chinesas foram reinterpretadas de forma distinta ao povo coreano. O Budismo tornou-se a religião do estado de todos os três reinos e, eventualmente, acabou por ser transmitida para o Japão, por meio do reino Paekche durante o século VI.

O contato crescente entre as culturas da Coreia, Japão e China, não só influenciaram suas sociedades, mas as suas artes marciais nativas também. O constante combate entre guerreiros permitiu a evolução de novas técnicas em níveis mais avançados.

Os Hwarang, elite de guerreiros altamente qualificados do reino de Silla, também eram famosos por seus sistemas de armas em Gum (espada), Kal (faca), Jang Bong (long stick), Dan Bong (bastão curto), Sang Jun Bong (nunchaku), Chang (lança), Bu Chae (fan), Ji Pangee (bengala) e do Gung Si (arco e flecha).

Cerca de 1100 dC, o termo Yu Sool (arte suave) surgiu como um nome para técnicas de estilo suave, como as ensinadas por Won Kwang Bopsa. Essas técnicas eram caracterizadas por arremessos, luta corporal, chaves e ataques aos pontos vitais.

Algum tempo depois de 1400 dC, sistemas de combate de mãos vazias mais refinadas evoluíram, como Kwon Bop, que surgiu como um termo geral para técnicas de mãos vazias. Taekkyon era um sistema enfatizando chutes. Ambos os estilos antigos, juntamente com outros, influenciaram as artes contemporâneas como o Tang Soo Do, por volta de 1947, e Tae Kwon Do, em 1955.

O Taekkyon, existente até hoje, foi modificado como uma dança folclórica durante a ocupação japonesa na Segunda Guerra Mundial.

Como os japoneses queriam proibir todas as artes marciais coreanas, a comunidade local deu continuidade a sua pratica como uma dança, escondendo sua forma devastadora como técnica marcial.

Hoje, Taekkyon é considerado tesouro nacional da Coreia por ser uma das artes mais antigas preservadas.

Em 1790, o rei Jeongjo da Coreia encomendou um livro chamado o Muye Dobo Tongji que é um manual ilustrado de artes marciais coreanas nativas. Ele descreve em detalhes técnicas de chutes, socos, luta corporal e lutas com armas. Foi publicado em quatro volumes escritos em caracteres chineses e o quinto volume em escrita coreana, Hangul. Este é o único material escrito existente que descreve e comprova as artes marciais coreanas nativas.

Este processo de evolução e transformação, como ocorreu na Coreia, é comum e também ocorreu com muitas outras artes marciais modernas em muitos outros países em todo o mundo. Hoje na Coreia as artes marciais mais populares que evoluíram são Taekkyon, Ssirum, Gumdo, Tangsoodo, Taekwondo, HAPKIDO e suas variações como o Kuk Sool Won, Hwarang Do e Hankido.

A transformação das antigas artes marciais num novo modelo.

A partir do final dos anos 1800 a 1945, a Coreia foi envolvida em conflitos com a China e o Japão. Durante este período, muitos coreanos aprenderam sobre artes marciais praticadas nestes países. Em 1910, o Japão anexou a Coreia, aboliu a monarquia coreana e proibiu todas as artes marciais coreanas. Durante esse tempo, somente eram permitidos estudos nas artes japonesas como o Jujutsu, Karate, Judo, Kendo, etc. Muitos coreanos, no entanto, num esforço de manter as raízes coreanas continuavam secretamente seus treinamentos e preservação das artes marciais coreanas nativas. Os mosteiros coreanos desempenharam um papel importante na preservação de muitas das artes nativas. Após a II Guerra Mundial e a Coreia ser libertada do Japão, muitos coreanos começaram a trabalhar pelo ressurgimento das artes marciais nativas e tradicionais da Coreia. Neste esforço de fazer ressurgir as artes marciais nativas e tradicionais, bem como torná-la adaptada para o cenário moderno, emergiu o HAPKIDO.

Esta nova recodificação das artes marciais coreanas tradicionais, que recebe o nome de HAPKIDO, teve como raízes principais o Taekkyon, Yu Sool e Ssireum.

Obviamente existem controvérsias sobre o surgimento do HAPKIDO.

O Grão Mestre Park Sung Jae, bem como outros proeminentes conhecedores da cultura coreana defendem a história conforme mencionada acima.

Outros, no entanto, defendem que o HAPKIDO tem origem no Daito-Ryu.

Se levarmos em conta que a nação coreana tem quase o dobro da idade da nação japonesa é de se supor naturalmente que as influências partiram inicialmente da Coreia para o Japão e não o contrário.

Acredita-se que as raízes do Daito-Ryu foram originalmente transmitida para o Japão por monges coreanos budistas do reino Paekche. Os monges teriam fugido para escapar do reino Silla, que estava avançando durante o século VI. Esses monges estabeleceram colônias no Japão, espalhando o budismo, bem como as suas artes marciais. Estas raízes foram então reinterpretadas para atender ao universo japonês.

A inovação do HAPKIDO foi tornar a arte marcial eclética e com extrema diversidade, com milhares de variações das técnicas e que influenciaram o surgimento de novas escolas como o Kuk Sool Won (1950), Hwarang Do (1960), Tukong Mu Sool (1970), Han Kido (1980), Han Mu Do (1980), Gong Kwon Yu Sool (1990), Yong Mu Do (1990).

Choi Yong-sool, o fundador

É geralmente aceito que Choi nasceu no ano de 1904, embora algumas fontes coloquem seu nascimento em 1899. Confusão sobre sua idade deriva de uma combinação de ser órfão, atrasos no registro de recém-nascidos no governo (comum em empobrecida Coreia) e a forma como a idade é contabilizada na Coreia. Sua mãe morreu quando ele tinha 2 anos, e seu pai morreu algum tempo depois, deixando Choi aos cuidados de sua tia. De acordo com Choi, ele foi sequestrado de sua aldeia natal de Yong Dong em Chungcheongbuk-do em 1912 por um comerciante de doces japonês chamado Morimoto, que havia perdido seus próprios filhos e desejava adotar Choi. Choi resistiu e se mostrou tão problemático para o fabricante de doces que foi abandonado nas ruas de Moji, no Japão. Choi foi para Osaka como um mendigo e, depois de ser pego pela polícia, foi colocado em um templo budista que cuidava de órfãos em Kyoto. O abade do templo era um monge chamado Wantanabe Kintaro.

Choi passou 2 anos no templo e teve uma vida difícil lá, não apenas na escola, mas com as outras crianças devido ao seu fraco domínio da língua japonesa e sua etnia coreana, que o fez se destacar no Japão. Quando Watanabe perguntou a Choi que direção ele queria para sua vida, ele expressou interesse pelas artes marciais. Isso combinava com o temperamento do menino: Choi tinha uma tendência a entrar em brigas e tinha um interesse intenso nas cenas de guerra retratadas nos murais do templo.

O monge do templo (Wantanabe Kintaro) era supostamente amigo de Takeda Sōkaku, o fundador do sistema Daitō-ryū Aiki-jūjutsu, que é um sistema de artes marciais japonês que enfatiza métodos de mãos vazias baseados nos estilos de espada e táticas de jujutsu em que Takeda era um especialista. Mais tarde, Takeda Sōkaku também ensinaria a famosa história de Morihei Ueshiba, o fundador do Aikido.

Durante a ocupação japonesa da Coréia, todos os coreanos trabalhando no Japão foram obrigados a assumir um nome japonês. Dizem que Choi recebeu o nome japonês Asao Yoshida (吉田 吉田 ) quando ele tinha 11 anos, de acordo com uma entrevista postumamente divulgada, ou Yoshida Tatujutsu, de acordo com Seo Bok-Seob. Choi diz que foi levado para a casa e dojo de Takeda em Akitana montanha Shin Shu onde viveu e treinou com o mestre por 30 anos. A entrevista também afirma que: Choi viajou com Takeda como assistente de ensino, Choi liderou a equipe de demonstração da Takeda que se apresentou no Havaí (por volta de 1932), Choi foi contratado para pegar desertores de guerra e que Choi foi o único aluno a ter uma compreensão completa o sistema ensinado por Takeda. Observe que a afirmação de Choi de ter estudado com Takeda é bastante controversa nos círculos do Daito-ryu , Mas mesmo assim é citada por muitos hapkidoístas contemporâneos.

Outras fontes colocam Choi como um mero servo na casa de Takeda, enquanto outros afirmam que Choi não tinha nenhuma conexão com Takeda. Além de participar de alguns dos seminários de Takeda. Kisshomaru Ueshiba, filho de Morihei Ueshiba, afirmou que seu pai havia lhe contado que Choi havia participado de seminários realizados por Takeda com seu pai em Hokkaidō e que seu pai era mais velho de Choi. Choi aparentemente contatou Kisshomaru ao ouvir a notícia da morte de Morihei.

Independentemente das circunstâncias do treinamento de artes marciais de Choi, ele retornou à Coréia após a Segunda Guerra Mundial e se estabeleceu em Daegu, primeiro vendendo doces e depois criando porcos. Em 1948, depois de se envolver em uma altercação com vários homens em uma disputa por grãos na Seo Brewing Company, o filho do presidente da cervejaria, Seo Bok-seob , ficou tão impressionado com suas habilidades de autodefesa que Seo convidou Choi para ensinar os funcionários da cervejaria em um dojang improvisado que Seo havia criado nas instalações para esse fim. Desta forma, Seo Bok-seob se tornou o primeiro aluno de Choi Yong-sool. Mais tarde, Choi tornou-se guarda-costas do pai de Seo, que era um importante congressista em Daegu.

Divulgação da Arte

Em 1951, Choi e Seo abriram o Daehan Hapki Yu Kwon Sool Dojang (대한 합기 유권 도장) a primeira escola formal a ensinar a arte. Em 1958, Choi Yong-sool abriu sua própria escola usando o nome abreviado de Hapkido pela primeira vez. Ambas as escolas estavam localizadas em Daegu. Alguns dos alunos mais importantes desse período foram Kim Moo-Hong (김무홍) e Moon Jong-Won (문종 ). Aparentemente, Choi também ensinou pessoas em sua fazenda durante os primeiros anos da arte e foi assim que Ji Han-Jae ( 한재), um dos grandes exploradores da arte, aprendeu com Choi.

Os fundadores de duas artes, Lee Joo-Bang (이주 ) do moderno Hwa Rang Do e Seo In-Hyuk (서인혁; Suh In-Hyuk) de Kuk Sool Won, são considerados por alguns como tendo treinado com Choi Yong-Sool, embora isso seja controverso. Outros afirmam que seu treinamento veio da escola de Hapkido de Kim Moo-Hong em Seul, com a qual eles eram associados.

Em 1963, Choi se tornou o primeiro presidente da Associação Coreana de Kido (Daehan Ki Do Hwe (대한 기도회) e nomeou um de seus alunos mais antigos, Kim Jeong-Yoon (김정윤; também prestado Kim Jung-Yun) como Secretário-Geral.Mais tarde, Kim separada das organizações hapkido para formar sua própria organização Han Pul Hapkido, embora seus restos arte firmemente baseadas nos ensinamentos de Choi Yong-Sool. Outro aluno proeminente que se tornou crucial para a sobrevivência de todo o sistema de Doju Choi foi Chinil Chang, o segundo Doju pessoalmente escolhido (Grande Mestre) e o único homem que recebeu o 10º Dan e o título de Doju diretamente de Doju Choi.

Alunos importantes que foram treinados por Choi durante os períodos posteriores de seu ensino foram Kim Jeong-yoon, Kim Yoon-Sang (김윤상) que mais tarde formou sua própria organização Hapki yusul para fabricar e apoiar sua errônea e equivocada afirma ser o grande mestre sobrevivente do hapkido. e Park Jeong-Hwan (박정환), que treinou com Choi por apenas três anos, é um dos alunos que mais tarde abriu uma escola de Hapkido na América, várias das quais ainda funcionam hoje.

Doju Choi fez uma viagem especial aos Estados Unidos em 1982, para visitar seu instrutor de maior posição, Chinil Chang, na cidade de Nova York e presidir a criação da Associação Americana de Hapkido. Mestre Mike Wollmershauser, que foi o único americano a ter treinado com o próprio Choi Yong-sool, documentou parte desta visita histórica em vídeo, que está nas mãos de Doju Chinil Chang. Os desejos finais de Doju Choi eram espalhar o Hap Ki Do por todo o mundo, bem como unir a arte como uma família, embora Doju Choi tivesse percebido naquele ponto que o sistema havia se fragmentado em muitas facções políticas e guerreiras para que isso acontecesse. Ele também desejava manter seu sistema original intacto e que a linhagem fosse passada de maneira completa ao seu sucessor, o que ele conseguiu.

Controvérsia da História

As alegações de Choi de ser um estudante de Daito-ryu sob Takeda Sokaku são contestadas e não são apoiadas pelos registros de taxas e frequência de Takeda Sokaku que ainda existem hoje. No entanto, de acordo com Kisshomaru Ueshiba, filho do fundador do Aikido Morihei Ueshiba, um jovem coreano estava presente em vários seminários de Takeda, sugerindo que alguns cidadãos coreanos tinham algum treinamento formal em Daitō-ryū Aiki-jūjutsu. Só podemos especular por que o nome de Choi não está nos registros meticulosos. A alegação de alguns de que a falta de documentação era devido a sua ascendência coreana é difícil de sustentar, uma vez que outros estudantes coreanos são mencionados nos registros. Outros afirmam que, como Choi era o servo doméstico de Takeda, é lógico supor que ele foi treinado por ele ou pelo menos em seu dojo. Há uma forte semelhança com as técnicas ensinadas no Daito-ryu e as técnicas do Hapkido.

A origem do nome Hapkido também é contestada. O aluno de Choi Yong-Sool, Ji Han-Jae, afirma ter cunhado o nome para a arte. Seo Bok-Seob afirma em uma entrevista de 1980 que Jung Moo Kwan usou o termo pela primeira vez para se referir à arte, além de apresentar o símbolo da águia para representar a arte.

Um aluno direto de Choi, Chinil Chang herdou o título de Doju no sistema pessoal e completo de Hapkido de Choi em 15 de janeiro de 1985, tornando-se o segundo Grande Mestre de linhagem direta.

Em 5 de abril de 1985, Choi concedeu pessoalmente a Chang o único certificado de 10º Dan existente na história do Hapkido. Chang também teve o privilégio e a honra de ser o primeiro mestre de Hapkido a receber o certificado de 9º Dan por Choi em 1980.

Doju Chang faleceu pacificamente durante o sono em 23 de fevereiro de 2018 aos 77 anos de idade, como resultado de uma doença cardiovascular hipertensiva.

O Nome da Arte

O nome Hapkido (합기도 no alfabeto Hangul e 合氣道 no alfabeto Hanja) dizem que foi utilizado só em 1963, e quem deu este nome foi Ji Han Jae, o discípulo de Choi que, junto com Kim Mu Hyong, acresceu as técnicas de chute do Taekwondo, sendo um dos grandes divulgadores desta forma modificada de Hapkisul ou yusul, hoje conhecida no Mundo como Hapkido.

O significado da palavra Hapkido. HAP (união), KI (força, espírito) e DO (caminho), que pode ser traduzido como: “O caminho da união da força e do espírito da arte marcial coreana”.

Influência das outras artes marciais

O Hapkido teve influência da escola Daito Ryu JuJutsu, do karate, do judô e das artes coreanas, como o próprio taekwondo. Pode-se ver visto pelo vestimenta, e as técnicas de quedas, rolamentos e os movimentos do karate, como as bases, chutes, defesas e socos.

Hapkido chega ao brasil

Tanto o hapkido quanto o taekwondo chegaram aqui no Brasil em 1968, através da vinda do grão-mestre sul coreano jung Do Lim. Na Bahia, o Grão-mestre passou a ministrar aulas na faculdade de agronomia, na cidade de Cruz das Almas.

Em 1971, o Grão-mestre Park Sung Jae (10º Dan) foi enviado oficialmente ao brasil pela Korea Hapkido Association” e procurou os militares para ministrar aula para o exército brasileiro.

Filmes, Livros e Famosos Praticantes da Arte

Livros

Hapkido – a Caminho da Energia Coordenada – autor Paulo Caldas Jr.

Hapkido: Defensa Personal Dinâmica – autor André Carbonell

Hapkido para iniciantes: Faixa Branca (10º e 9º GUB) (Arte marcial consciente Livro 1) eBook Kindle – autor José Manoel da Silva Neto

Filmes

Lady Kung Fu de 1972 com Angela Mao e Ji Han Jae

O Jogo da Morte de 1978, com Bruce Lee e Ji Han Jae

Dentre os famosos temos o ator Wesley Snipes que é faixa preta em karate e hapkido, também sabe capoeira.

Confira o documentário da Discovery Channel Hapkido Tiger Team – Mestre do Combate

Fontes:

https://en.wikipedia.org/wiki/Choi_Yong-sool

https://hapkidobrasil.com.br/o-hapkido-a-arte-de-coordenar-a-energia/historia-do-surgimento-do-hapkido/

https://www.hbcn.com.br/copia-o-hapkido-1

quinta-feira, 27 de agosto de 2020

História do Kickboxing

 


Vamos conhecer um pouco sobre a história desta arte marcial.

Com ataques de joelhadas, cotoveladas, socos e chutes, o Kickboxing foi desenvolvida a partir do Muay Thai e do Karate. E ficou famosa a partir da década de 70 nos Estados Unidos, sendo chamado de Karate Full Contact. Mas tarde passou a ser chamado de Kickboxing.

A História

Surgiu no Japão na década de 60, através de lutadores japoneses de Karate que adquiriram conhecimento do Muay Thai (até então praticado na Tailândia), e perceberam a grande eficiência desta arte marcial. Contudo, a modalidade surgiu da insatisfação de muitos karatecas da época em relação a falta de contato contínuo nas competições, criando assim a luta chamada Karate FuIl Contact.

Embora essa modalidade competitiva tenha recebido inicialmente a denominação de Karatê Full Contact, ao longo dos anos, os atletas sentiram a necessidade de retirar a expressão karatê do nome que define essa modalidade, tendo em vista que na verdade esse tipo de luta em nada se assemelhar ao karatê tradicional.

Logo depois começou a ser adaptada para a versão do Kickboxing onde os atletas passaram a ter um contato maior durante as competições e para evitar ao máximo os riscos de lesões, eles utilizavam protetores de pé e também de mão.

Foi por volta de 1974 que o Kickboxing começou a trilhar novos caminhos rumo a sua disseminação em nível mundial. O evento que reforçou esse momento foi a realização do 1º Campeonato Amador que aconteceu na cidade de Atlantic City, nos Estados Unidos.

WAKO

A World Association of Kick Boxing Organization - WAKO iniciou sua atividade na Europa em 1976 e foi fundada em Berlim, Alemanha, em 26 de fevereiro de 1977.

Mas foi só em 1974 que o primeiro “Campeonato Mundial em Contato Total” oficial aconteceu em Los Angeles. Joe Lewis e Mike Anderson foram os principais organizadores da época. As lendas WAKO Bill Wallace, Jeff Smith e Joe Lewis foram os primeiros Full Contact World Champions.

O fundador foi o Sr. Georg Bruckner de Berlim, que promoveu o primeiro Campeonato Mundial de karate semi e full contact (como inicialmente a disciplina era chamada naquela época) em 1978 com 110 competidores representando 18 países. A WAKO imediatamente criou as regras e regulamentos para os novos esportes de luta incluindo socos (técnicas de mão) e chutes (técnicas de perna) para lutas amadoras com uso máximo de equipamentos de segurança, o novo termo KICKBOXING foi oficialmente adotado para definir o esporte e WAKO passou a atuar, desde o início, como a autêntica Federação de Kickboxing do mundo. De 1984 a 2013, a WAKO foi liderada pelo Sr. Ennio Falsoni (Itália). Ele organizou e consolidou WAKO como respeitável Organização Desportiva Internacional. Os campeonatos mundiais aconteciam a cada dois anos em diferentes partes do mundo. 

WAKO Kickboxing hoje

O Kickboxing é um esporte moderno de luta de contato criado com base em muitos esportes de combate tradicionais e artes marciais. O Kickboxing é uma resposta ocidental única a muitas artes marciais orientais. Pode ser praticado em nível competitivo ou recreativo dependendo das aspirações do kickboxer, mas com certeza é um esporte projetado para melhorar sua saúde geral, força e resistência.

Hoje, a WAKO conta com 129 nações afiliadas nos 5 continentes, das quais mais de 90 são oficialmente reconhecidas pelo Comitê Olímpico Nacional ou pela Autoridade Nacional de Esportes do Governo.

Kickboxing WAKO tem 7 disciplinas competitivas (três modalidades de ringue e quatro tatames). Falaremos sobre cada uma logo abaixo no tópico modalidades.

Disciplinas de ringue: contato total, chute baixo, regras do K-1.

A área de combate é o ringue. Cada luta consiste em três rodadas de dois minutos com um intervalo de minuto entre cada rodada.

A intenção do kickboxer é derrotar seu oponente com técnicas legais que devem ser aplicadas com força total.

Disciplinas de tatame: luta por pontos, contato leve, chute leve e formas musicais (com e sem armas).

A área de combate é o tatame. A intenção do kickboxer é derrotar seu oponente com técnicas legais que devem ser aplicadas com força controlada. Cada rodada dura dois minutos com intervalo de um minuto entre as rodadas, mas o número de rodadas é diferente e depende da disciplina.

WAKO é oficialmente reconhecido por:

COI (Comitê Olímpico Internacional) - desde 30 de novembro de 2018

GAISF - ex-SportAccord (Associação Global de Federações Esportivas Internacionais),

IWGA (International World Games Association),

ARISF (Associação das Federações Esportivas Internacionais Reconhecidas pelo COI)

FISU (International University Sports Federation),

WADA (Agência Mundial Antidopagem),

CIFP (Organização Internacional de Fair Play),

OCA (Conselho Olímpico da Ásia),

IWG (Grupo de Trabalho Internacional de Mulheres no Esporte),

No dia 30 de novembro de 2018, o Kickboxing recebeu reconhecimento provisório pelo Conselho Executivo do COI. A decisão foi tomada pelo Conselho Executivo do COI em Tóquio, Japão, em 30 de novembro de 2018, por recomendação do Departamento de Esportes do COI.

O Kickboxing sob o órgão governante mundial da WAKO se candidatou ao reconhecimento como um esporte do COI em 2016 e sustentou seus valores ao lado do COI pela WAKO para fomentar, desenvolver e promover os valores olímpicos. No brasil a Confederação Brasileira de Kickboxing é filiada a WAKO. Na Bahia Federação de Kickboxing do Estado da Bahia é filiada a essas duas.

Graduação

Faixa branca, Faixa amarela, Faixa laranja, Faixa verde, Faixa azul, Faixa, marrom e faixa preta 1°dan até 8° dan.

As Modalidades

Um dos maiores nomes do karatê mundial europeu e praticante de Kickboxing Dominique Valera em 1875, começou a treinar Karate Full Contact nos Estados Unidos. No seu retorno a Europa, ele promoveu uma reestruturação desse esporte chamando de Kickboxing, ou seja, chutar boxeando.

Segundo a WAKO atualmente o esporte é dividido em sete modalidades distinta:

Point Fight: é uma disciplina de luta onde o objetivo principal dos dois lutadores é marcar pontos Definidos / utilizando técnicas legais controladamente com agilidade e foco. A principal característica de Point Fight é a colocação de golpes, técnica e velocidade.

Light contact: as lutas acontecem no tatame. Criada como um estágio intermediário entre Kickboxing Point Fight e Full Contact, o Light Contact baseia-se em técnicas controladas e contínuas, onde o atleta precisa acertar o máximo de vezes o seu oponente, utilizando o máximo de velocidade e o mínimo de potência possível.

Full contact: Nesta modalidade, os atletas podem utilizar técnicas de mão do boxe tradicional e todos os tipos de chutes, que atinjam o adversário da cintura para cima, observando a linha lateral e frontal do tronco e cabeça.

Low kick: Utiliza as mesmas técnicas de luta do Full Contact, a única diferença é que nessa modalidade é permitido aplicar chutes na região das pernas do oponente.

K-1 Rules: É uma modalidade de contato pleno. Podem ser aplicados todos os golpes do Full Contact e do Low Kicks e são permitidos ainda, joelhadas e socos giratórios. Diferentemente do FC e LK, os chutes podem ser aplicados acima da linha do tornozelo (nas pernas), articulações dos joelhos (somente lateralmente, nunca contra articular), coxas, tronco e cabeça.

Kick Light: Os atletas lutarão de forma contínua até que o Árbitro comande STOP ou BREAK. Eles devem usar as técnicas de combate com muito controle e sempre de encontro a locais permitidos, sendo a mesma ênfase para socos e chutes. A modalidade de Kick Light foi criada como um estágio intermediário entre o Point Fight e o Low Kicks. No Kick Light, somente são permitidos os chutes nas coxas, que atinjam a parte externa e interna do adversário, nunca atrás ou contra articular e acima da linha dos joelhos, respeitando ainda distância das partes genitais.

Musical Forms: É uma espécie de luta imaginária contra um ou mais adversários em que o atleta utiliza técnicas provenientes das Artes Marciais ao som de uma música especificamente escolhida. A escolha da música é pessoal.

Benefícios da Atividade

Quem pratica Kickboxing gasta até 800 calorias em 50 minutos de treino.

Um artigo científico publicado em 2014 revelou que em cinco semanas de treinos (3 horas/semana) já se observaram efeitos benéficos do Kickboxing. Durante os testes, a capacidade aeróbica dos participantes aumentou em 13% e a potência máxima de membros superiores aumentou em 37%! Resultados expressivos para apenas 15 horas de treinos distribuídas em 5 semanas!

O Kickboxing emagrece e traz alguns benefícios como você pode conferir a seguir: Defesa pessoal, alívio do estresse, tonifica a musculatura, melhora a flexibilidade, a circulação, o equilíbrio, a coordenação, a confiança e autoestima, a força e resistência, bem-estar mental.

Apesar destes benefícios, um número grande de pessoas ainda tem receio de praticar Kickboxing por medo de se machucar. O Kickboxing praticado com segurança é uma ótima alternativa para quem busca emagrecer com segurança!

Curiosidade

A primeira luta em que luvas de boxe foram usadas e o nome Kickboxing foi mencionado no anúncio foi em 1970, com Joe Lewis e Greg Baines nos EUA.

Em 1990, a equipe brasileira – Paulo Zorello (prata) e Alessandro Gatto (bronze) conquistava suas primeiras medalhas no campeonato Mundial, realizado em Mestre Di Veneza (ITA). No mesmo ano, Paulo Zorello conquista o título europeu de Full Contact pela seleção italiana e ao retornar, começam as atividades da WAKO no Brasil.

Em 1991, a atleta Carla Ribeiro (DF) conquista primeira medalha de ouro obtida para o Brasil no Campeonato Mundial Amador, realizado em Londres (ENG).

Em dezembro de 2007, a WAKO encerra o ano modificando oficialmente o nome da modalidade Thai Kick para K1 Rules, por exigência do Comitê Olímpico Mundial.

Em dezembro de 2012, a WAKO encerra o ano modificando oficialmente o nome da modalidade Thai Kick para K1 Rules, por exigência do Comitê Olímpico Mundial.

 

Fonte: WGP Kickboxing, CBKB e WAKO

segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Conheça um pouco sobre a História do Aikido


Criado no Japão pelo mestre Morihei Ueshiba (1883-1969), também chamado Ô-Sensei (“grande mestre”), o Aikido (合気道) é muito mais do que uma combinação de várias artes marciais. O Aikido ajuda na buscar e desenvolvimento do caminho e na formação do caráter. Para o fundador ele chamava o Aikido de “O Espirito da Harmonia”. Esta arte atualmente é praticada por mais de 90 países.

A origem 

Consciente de que não poderia haver harmonia na destruição, Ô-Sensei começou a desenvolver os conceitos de sua própria Arte Marcial, onde não mais havia a ideia de vencer ou destruir um inimigo, mas pura e tão somente a de encerrar um conflito. 

O mestre Ueshiba antes de desenvolver sua própria arte ele tinha estudado diversas outras artes marciais, e a partir daí criou o Aikido. Numa de suas viagens pelo Japão, nas quais desafiava outros artistas marciais para testar suas forças – principalmente em lutas de Sumô – Ueshiba enfrentou Sokaku Takeda (1859-1943), que o derrotou facilmente. Surpreso que ficou – pois até o encontro com Takeda não havia sido derrotado – O-Sensei inscreveu-se num curso de dez dias de Daito-Ryu AikiJujutsu (arte marcial ensinada por Takeda). Gostou tanto deste curso, que se inscreveu para mais um, e assim ficou treinando sob a severa tutela de Takeda por cerca de cinco anos. Com isso, DAITO-RYU AIKIJUJUTSU foi a arte que mais influenciou o moderno AIKIDO. Já na parte religiosa veio da religião Oomoto (大本 traduzindo “Grande Origem”) é também conhecida como Oomoto-kyo (大本教). Esta religião foi fundada em 1892, por Nao Deguchi. Esta religião tem raiz Xintoísta. Conheça um pouco mais da história desta religião através deste vídeo logo abaixo encontrado no canal de Georgia Raffo no YouTube. Este vídeo está dividido em duas partes.


Esta religião pregava, principalmente, que todos nós temos um pouco de divindade, pois todos somos filhos do Universo e, portanto, unos com Deus – a divindade suprema – e com o Universo em si. Portanto, a vida de uma pessoa não tem valor mensurável. Quando se agride ou mata uma pessoa, está-se agredindo o próprio Universo e Deus, pois todos são uma coisa só. Ueshiba abraçou a fundo está causa, inclusive indo morar no retiro da religião Oomoto, onde ensinava a seus discípulos artes marciais e cuidava das plantações e jardins do sítio.

Numa certa tarde, ao se desentender com um oficial da marinha e ser por este atacado – o oficial tentava acertá-lo com um boken (espada de madeira) por tempos e tempos e não conseguia, cansando-se e desistindo de agredir Ueshiba. Após este confronto, Ueshiba foi ao jardim, molhar sua face com água da fonte.

Então, teve uma iluminação. Viu o universo subir do chão e envolvê-lo em luz dourada. O-Sensei chorou de alegria, pois naquele momento entendera que o significado do BUDO (caminho do guerreiro, as artes marciais) não é a destruição, mas sim a proteção da vida e de todos os seres vivos.

A partir daquele momento o Aikido estava completo, com técnicas, filosofia e espiritualidade. O desenvolvimento desta arte marcial foi vertiginoso, sofrendo uma parada durante a Segunda Guerra, mas retornando a seguir com força total, sob a liderança do filho de O-Sensei, Kishomaru Ueshiba. Só em 1942, que o Aikido foi oficializado durante a reorganização das artes marciais no Japão.

Tradução e Significado da palavra Aikido

O termo Aikido é composto por três caracteres kanji:

Ai: harmonia/união -

Ki: energia -

Dô: caminho -

Traduzindo é “o caminho da harmonização das energias”. Em japonês, "aí" quer dizer harmonia/união, "ki" significa energia, e "do", doutrina/caminho.

O termo AI significa HARMONIA e refere-se à característica do Aikido de que, para controlar um oponente, primeiramente é necessário tornar-se um só com ele, para em seguida, como um só conjunto, dominá-lo.  O conceito básico deste princípio é nunca se opor ao golpe ou esforço do oponente; se ele puxar, empurre; se ele empurrar, gire o corpo, de forma a, em ambos os casos, usar o impulso do oponente em seu benefício.

O KI significa a ENERGIA empregada neste ato. Trata-se de uma energia universal, existente em todas as coisas, conceito que os antropólogos chamam de animatismo.

O DO significa o CAMINHO, no sentido de caminho de busca de uma evolução pessoal e espiritual; é exatamente o mesmo significado do Tao, no Taoísmo.

Com base nestes princípios é possível ao praticante dominar oponentes com força física muito superior à sua própria.

O termo AIKI refere-se ao princípio da luta de absorver o movimento dos atacantes para controlar suas ações com o mínimo esforço.

Aikido chega ao Brasil

O primeiro lugar fora do Japão a conhecer o Aikido foi a França, no começo dos anos 50. No Brasil, o Aikido chegou em 1963, por intermédio do Shihan Reishin Kawai (1931 – 2010), 8º Dan. Carinhosamente conhecido pelos discípulos como “Kawai Sensei”, ele fundou a União Sul-americana de Aikido.

Sob orientação do já falecido mestre 9º grau Arimoto Murashige, que era o Representante do Aikido para o Ocidente. Atualmente, o Shihan Reishin Kawai (faixa preta 8º grau), ligado às entidades AIKIKAI e IAF, preside a Confederação Latino-americana de Aikido.

Morihei Ueshida

Nasceu na cidade portuária de Tanabe, no Japão, em 14 de dezembro de 1883. Seu pai queria que ele lutasse sumo, mas Morihei preferia a companhia dos livros. A partir de 1912, mudou-se com a mulher para a ilha de Hokkaido e começou a aprender várias lutas até fundar seu próprio estilo, criando todos os golpes usados até hoje.

Fundou, então a “Escola Ueshiba” e, em 1923, deu a sua Arte Marcial o nome de Aiki Bujutsu; passou a viajar pelo Japão ensinando-a, sendo que sua fama e sua incrível habilidade, rapidamente se espalharam.  Foi no fim da 2ª Grande Guerra que a Arte marcial do Mestre fundador passou a ser denominada Aikido.

O traje

Hakama – é uma calça com sete pregas que representam as virtudes dos samurais. Já as faixas servem para divisão dos níveis iniciantes, intermediários e avançados.

Divulgação na Mídia

O ator e diretor Steven Seagal é um adepto do Aikido e aplicou várias técnicas durante seus filmes. Ele é um dos grandes influenciador e divulgador desta arte no mundo.

A luta ganhou o ocidente graças à divulgação de Seagal e, mais recentemente, da série de TV espanhola do Netflix "La Casa de Papel". Na terceira temporada, o Professor, líder de um bando de ladrões, explica para o seu grupo de criminosos como eles usariam os princípios filosóficos do aikido para assaltar o Banco da Espanha: temos que “usar a força do inimigo a seu favor”, diz ele.

Treine alguns ensinamentos

“No Aikido nunca atacamos. O ataque prova que não se está confiante da vitória, e que já se está derrotado espiritualmente.”

“vencemos ao não lutar; essa é a essência do Aikido, o grande valor de Masakatsu agatsu katsuhayabi (A verdadeira vitória é sobre nós mesmos aqui e agora)”

“É preciso praticar continuamente até que você perceba a sua bondade natural, a sua verdade inata.”

“O Aikido é o caminho para forjar seres humanos verdadeiros, para fazer surgir cidadãos bons, pessoas sábias.”

Algumas características principais do Aikido

O Aikido é uma arte marcial que tem características muito peculiares, como:

·         O Aikido não é praticado como uma forma de combate, pois esta arte foi criada para ser utilizada como um recurso de defesa pessoal. No entanto, a sua natureza pacífica não deve ser confundida com uma natureza fraca e passiva, pois os golpes desta arte marcial podem causar sérios danos físicos ao agressor se forem realizados com essa finalidade.

·         O Aikido tem como princípio capital a não-agressão e o partir em busca das melhores soluções pacíficas para os conflitos existentes, independentemente destes se desenrolarem no interior ou exterior de um indivíduo.

·         É uma arte marcial que se distingue pela sua subtileza, eficácia e complexidade técnica, uma vez que se aproveita da força do oponente para anular os seus próprios ataques, isto é, utiliza a força que é empregue nos golpes dos adversários contra eles próprios.

·         Os movimentos da arte da paz são baseados em três figuras geométricas: o triângulo, o círculo e o quadrado. Um praticante deve desenvolver uma postura triangular, pois é a que é mais estável e representa a geração de energia e o poder de iniciativa. O círculo simboliza a união, serenidade e a perfeição e é fonte de técnicas ilimitadas. No que diz respeito ao quadrado, ele retrata a base sólida do controlo que o praticante exerce sobre os seus adversários. Os movimentos do quadrado são os mais difíceis de executar, mas também são os mais sólidos e consistentes.

·         Trata-se de uma disciplina marcial que desenvolve a autoconfiança, a serenidade e o bem-estar de todos os seus praticantes. Como tal, os aspetos que são mais trabalhados são a atenção, o olhar, a respiração e a atitude.

·         No plano físico, o Aikido melhora a capacidade aeróbica, a flexibilidade do corpo, resistência muscular e a coordenação de movimentos. No plano psicológico, permite a redução dos níveis de stress, melhora a concentração, disciplina e intuição de todos os praticantes.

·         Na prática do Aikido não existe uma relação de vencedor/vencido, pois a essência desta arte marcial passa pela criação de um resultado positivo e pacífico, sem causar prejuízo a qualquer uma das partes envolvidas no conflito.

·       O Aikido não promove qualquer tipo de competição ou torneio, pois assim evitam-se comparações desnecessárias entre os seus praticantes. Aos praticantes incute-se apenas a obrigação de superar as suas maiores dificuldades e o enfrentar dos seus medos principais.

LEMAS DO AIKIDO

01) Manter a Disciplina;

02) Não se enervar;

03) Não se entristecer;

04) Não possuir sentimento hostil;

05) Ser compreensivo e tolerante;

06) Ser tranquilo;

07) Ser pacífico;

08) Manter a ética;

09) Fazer amizade com todos;

10) Respeitar a Deus e as pessoas;

11) Ser humilde;

12) Ser justo e honesto;

13) Conscientizar-se que o Aikido é um dos caminhos que leva a Deus;

14) Conscientizar-se que a prática do Aikido tem por princípio o autoconhecimento.

O segredo do Aikido é expelir toda a malícia do coração para entrar em sintonia com o movimento do cosmos, e para unir-se com o universo” trecho do livro ensinamentos secretos do Aikido de Morihei Ueshiba.


Quer saber mais sobre os ensinamentos ou fundamentos do Aikido? Aqui na nossa loja você encontra diversos livros sobre este assunto.


Fonte: Portal São Francisco e do Livro Ensinamentos Secretos do Aikido e do Livro O melhor do Aikido - os fundamentos