Tudo começou na ilha de Okinawa a 480 quilômetros ao sul do Japão.
Ela possui 115 quilômetros quadrados e possui um clima subtropical.
Mas antes de pertencer ao Japão, Okinawa pertencia à China,
durante a dinastia Ming.
A história do karate começa quando um monge indiano
Bodhidarma chega na ilha para fundar um mosteiro budista e ao mesmo tempo levar
a arte de lutar sem armas, com objetivo de manter a saúde e promover a
autodefesa.
Tempos depois o karate começou a se desenvolver em três
cidades diferentes. As cidades foram:
Shuri - através do Soken Matsumura que criou o Shuri-te;
Naha - através do mestre Kanryo Higaonna que criou o Naha-te;
Tomari – através do mestre Kosaku Matsumura.
No séc. XIX com a liberação do uso de armas de fogo, a
história do karatê muda, pois é a partir daí que o karatê começa a ser
praticado com enfoque em educação física e fundamentação espiritual, sendo
introduzido como educação física em 1905.
Significado da palavra Karate-dô
A palavra tem origem japonesa e significa caminhos das mãos
vazias. Traduzindo por partes temos Kara
que significa vazio, Te que
significa mão e Dô que significa
caminho.
Karate no século XX
Torna-se um desporto oficial e cada vez mais popular através
das demonstrações feitas pelo Mestre Funakoshi. Logo depois o karate passou a
ser ensinado na marinha imperial japonesa e em 1922 foi realizado o primeiro
evento nacional na cidade de Tóquio e com a ajuda de Jigoro Kano, o karate
passou a ser difundido em escala mundial, principalmente com a imigração
japonesa.
Em maio de 1949, alguns discípulos de Funakoshi criaram a
Associação Japonesa de Karate – Japan Karate Association – JKA, com o objetivo
de promover o karate em todo o mundo.
Atualmente o karate passou a ser um dos esportes marciais
mais praticado no mundo.
Os Estilos
As diferenças entre os estilos são baseadas nos locais de
origem. O karatê-Dô se desenvolveu em três locais diferentes de Okinawa, nas
cidades de Shuri, Tomari e Naha. Consequentemente os três estilos básicos
receberam os nomes acima mencionados mais a palavra Te, ficando conhecidos
como: Shuri-te (mão do Sul) sistema de luta que valorizava a velocidade.
Tomari-te (mão do centro) sistema de luta que na verdade era uma fusão dos
estilos de Naha e Shuri. E Naha-te (mão do Norte) sistema de luta que dava
ênfase a força, deu origem ao estilo Goju-Ryu. Shuri-te e Tomari-te deram
origem aos estilos, Shotokan, Shito-Ryu e Wado-Ryu.
Goju-Ryu:
O estilo Goju-Ryu, cujo nome advém de Go (força), Ju
(flexibilidade) foi fundado pelo Mestre Chojum Miyagi. É uma técnica que prima
pelo Bloqueio para dar mais rapidez ao ataque. É uma técnica penosa, dura e
verdadeira. Nessa escola caracteriza-se uma respiração "Kokyu"
abdominal sonora.
Shotokan:
Fundado pelo Mestre Gichin Funakoshi, Shotokan, significa
"Academia de Shoto". Shoto em japonês significa Pinheiro - pseudônimo
artístico que o mestre Funakoshi assinava seus poemas. O estilo Shotokan é
ideal para longa distância, por ser uma técnica longa e ao mesmo tempo rápida.
Shito-Ryu:
O estilo Shito-Ryu criado por Kenwa Mabuni é caracterizado
por uma grande riqueza de formas (katas) e é uma fusão das características
Naha-te e Shuri-te. A palavra Shito vem dos caracteres japoneses que escrevia o
nome de seus professores "Shi" representa o primeiro kanji do nome de
Itosu e "To" representa o primeiro Kanji do nome de Higaona, enquanto
"ryu" significa escola ou estilo.
Wado-Ryu:
O estilo Wado-Ryu (Estilo do caminho da paz), foi criado
pelo Mestre Hironori Otsuka e se difere dos demais estilos por usar o mínimo de
esforço. É baseado em princípios físicos e fisiológicos, utilizando esquivas,
bases mais altas e nomenclatura própria e original desde a sua criação e
técnicas peculiares do próprio estilo.
O Karate na Bahia
Introduzido na década de 60, através do japonês Saito,
mestre de Judô, que chegou no Brasil com alguns conhecimentos da arte das mãos
vazias. Antes desta época eram raras as informações acerca o karatê. Dentre os
alunos da época dois tiveram participação importante na construção dos
primeiros pilares do Karatê baiano, Múcio Magalhães, que após a desistência de
Saito em continuar dando aulas tomou a liderança do grupo e Dr. Ângelo Decânio,
destacado nome da capoeira, que ao abraçar a causa do Karatê interessou-se pela
vinda de Eisuke Oishi (atualmente residindo no Japão), para ministrar aulas de
Karatê na Bahia.
Com o trabalho de Oishi, a Bahia construiu uma base forte
que serviu de sustentação para o atual estágio do Karatê baiano, inclusive pela
grande amizade surgida entre Oishi e Denílson Caribé, depois que ambos fizeram
um pacto, Caribé o ensinaria português e Oishi ensinaria a Caribé Karatê.
Em 1969, em exame prestado no Rio de Janeiro, Denílson
Caribé, encaminhado pelo presidente da PBP, Fauzi Abdala João, conquistou a
graduação de faixa preta e em 1970, conseguiram juntos realizar o primeiro
exame para faixas pretas na Bahia perante uma banca examinadora composta por
Tadachi Takeuchi e Sadamu Uriu. Os clubes pioneiros foram ACRÓPOLE (o mais
antigo), a ASKABA e a ASSOCIAÇÃO ATLÉTICA DA BAHIA. A Federação Bahiana de Karate
foi fundada em 1972, sob a orientação de Fauzi Abdala João então presidente da
Federação baiana de Pugilismo, tendo como primeiro presidente o Cel. Antônio
Bião Martins Luna e vice Fauzi Abdala. Ao longo da história, a FBK foi
presidida por João Rosas e Estácio Moreira, Fauzi Abdala e Ivo Rangel, Fauzi
Abdala e Delano Brito, Antônio Ricardo e Roberto Barreto, Manoel Maria e
Roberto Barreto, Ricardo Guedes e atualmente. O atual presidente da FBK é o
Prof. Antônio Negreiros e o vice-presidente é o Prof. José Rebouças Azevedo. A
sede da FBK é no Palácio do Esportes, primeiro andar, Praça Castro Alves em
Salvador-BA.
Denilson Caribé de Castro Patrono do Karate no Brasil
Denilson nasceu em 15 de fevereiro de 1940, na cidade de
Santo Amaro da Purificação, filho de um casal simples formado pelo senhor
Lourival Vieira de Castro e Dona Valda Caribé de Castro. Tornou-se conhecido
apenas por Caribé, sobrenome de sua genitora, ao contrário do que muitos
pensam. Iniciou sua carreira de karateca, oficialmente, no Ginásio Acrópole em
1961, sob a orientação técnica de um jovem japonês Eisuke Oishi, de quem se
tornou amigo e irmão.
Treinou e desenvolveu seus conhecimentos no Karatê com
grandes mestres com Yasutaka Tanaka, Lirton Monassa, Sadamu Uriu, Juichi
Sagara, Masatoshi Nakayama, Masahiko Tanaka.
Seu primeiro exame de faixa foi em janeiro de 1964, na
academia Mei-bu-kan, São Paulo, do Prof. Akira Taniguchi, passando de faixa branca
para verde. Em dezembro de 1964 foi promovido para faixa roxa.
Participando do I Torneio Nacional de Karatê e em 1965 do Torneio do Estilo
Goju-ryu, sagrando-se Campeão.
Após alguns anos, com muito esforço, e ajuda de seus amigos
Caribé funda a Associação de Karatê da Bahia, a ASKABA que, inicialmente,
funcionava no subsolo de uma casa localizada em Brotas. Considerada
Academia Modelo e a mais perfeita do Brasil, sendo considerada Entidade de
Utilidade Pública em maio de 1972.
Na hora de se apresentar para exame de faixa preta foi
encaminhado ao Rio de Janeiro pelo Dr. Fauzi Abdala João, então presidente da
Federação Bahiana de Pugilismo, Caribé submete-se a uma banca rigorosíssima,
formada pelos faixas Pretas Yasutaka Tanaka, Juichi Sagara. Tornou-se o
primeiro faixa Preta de Karatê da Bahia. Em 02 de Junho de 1978, Denílson foi
promovido para quarto Dan. Instrutor chefe da NIHON KARATÊ KIOKAY na Bahia.
Ele foi respeitado nacionalmente por atletas e dirigentes de
todos os esportes: praticou futebol, capoeira, jiu-jitsu. Mas foi no Karatê que
desenvolveu todo o seu corpo e espírito, moldou seu caráter e fixou sua
personalidade marcante e tornou-se um líder.
O mestre Denílson, dentre tantos trabalhos realizados, foi o
primeiro professor a introduzir o Karatê para crianças, servindo de modelo para
todo o Brasil.
Em 23 de Outubro de 1985, Caribé falecia tragicamente num
acidente automobilístico indo para cidade de Vitória da Conquista, exatamente
30 dias antes do aniversário da ASKABA, que ele fundou. Sua morte, no auge de
sua carreira, deixou o karate baiano órfão, sem um líder. No entanto,
essencialmente, Caribé não morreu, podemos encontrar um pouco dele em cada
treinamento.
Antes de falecer Caribé fundou o Departamento de Karatê da
Federação Baiana de Pugilismo; Idealizou e fundou a Federação Baiana de Karatê;
Idealizou a Confederação Brasileira de Karatê, sonho que não conseguiu
realizar, mas que seus seguidores o representaram na fundação da CBK em
11/09/1987, dois anos após sua morte.
Após a sua morte a Confederação Brasileira de Karatê
outorgou-lhe PATRONO DO KARATÊ BRASILEIRO, homenagem jamais prestada a outro
esportista. Denílson Caribé tornou-se uma lenda dentro do Karate
brasileiro.
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